A SOLIDÃO NA VISÃO DE CARL JUNG

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A solidão na visão de Carl Jung

Por Isaias Costa
Quanto mais o tempo passa, mais eu me apaixono pela Psicologia e suas inúmeras vertentes. Uma delas é a Psicologia Analítica, desenvolvida pelo Psicoterapeuta Carl Jung.
Ele tem uma obra extremamente vasta e profunda de conteúdos. Nesse texto abordarei brevemente um pouco da sua visão a respeito do sentimento de solidão, que acomete a todos nós em maior ou menor grau.
Essa frase abaixo nos leva a grandes reflexões! Veja!
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“Solidão não é ter pessoas ao seu redor, e sim ser incapaz de expressar coisas que parecem importantes, ou de perceber certos pontos de vista que os outros acham inadmissíveis…”
Carl Jung
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Infelizmente, muitos pensam que solidão é a ausência de pessoas ao redor. De maneira nenhuma! Podemos estar rodeados de pessoas e ainda assim estar sós. Até mesmo podemos ser famosos e desejados sexualmente por milhões de pessoas e ainda assim sermos solitários. Um dos exemplos mais emblemáticos nesse sentido é o da atriz Marilyn Monroe, que se suicidou, mesmo tempo fama, muito dinheiro e milhões de homens a seus pés…
A verdadeira solidão tem a ver com esses dois pontos por ele levantados.
O primeiro ponto está relacionado com a expressão das ideias e daquilo que se sente. Por incrível que pareça, essa solidão está muito presente nos relacionamentos amorosos ou dentro da família!
Sabe quando um casal à muito tempo fica guardando mágoas e ressentimentos um do outro e parece que o outro vai se tornando distante e mais distante? Quando parece que um abismo começa a ser construído que impede de acessar o mundo da outra pessoa?
Essa é uma solidão amarga que quase todos nós passamos ou ainda iremos passar em algum momento da vida.
Ou na família, quando percebemos que o nosso pensamento diverge totalmente dos deles e ficamos com medo de nos expressar porque não queremos que esses vínculos se tornem hostis.
As pessoas que já têm um maior nível de consciência comumente sentem essa solidão que muitos psicólogos e espiritualistas chamam de SÍNDROME DO ESTRANGEIRO. É como se você sentisse uma saudade de algum tempo e de pessoas que você sabe que afinizam mais com você e com a sua energia, mas elas não estão por perto para lhe dar esse amparo e esse carinho!
Nossa! Eu já passei por isso tantas vezes na minha vida que você nem faz ideia. Se quiser entender um pouco mais sobre essa síndrome do estrangeiro, compartilho abaixo um programa de rádio que me ensinou muito sobre essa sensação de solidão que pode sim ser curada, desde que façamos a nossa parte na busca pelo autoconhecimento. Trata-se do programa Entrevidas da Rádio Mundial, apresentada pelo comunicador Marcello Cotrim. Vale a pena reservar uns minutinhos para ouvi-lo…
O segundo ponto ainda é mais doloroso do que o primeiro, porque ele faz com que amizades de longas datas sejam destruídas em questão de segundos. É como muitos dizem aquele velho e muito verdadeiro cliquê sobre a conquista da confiança de alguém!
Leva-se anos para se conquistar a confiança em alguém, mas apenas segundos para destrui-la…
Principalmente as pessoas que são mais imaturas e orgulhosas, quando são questionadas sobre suas verdades e convicções, muitas vezes elas acabam tendo reações agressivas ou hostis.
Eu também já me senti solitário por isso, pois conseguia ver nos amigos mais chegados algumas falhas de caráter e comportamento e tentava ajudar, mas alguns foram bem ácidos comigo, inclusive até rompendo amizades!
Na época não tinha a maturidade que tenho hoje e não fazia ideia de que na realidade quem estava errado era eu mesmo! E por quê? O motivo pode lhe ajudar imensamente! Vou até deixar em caixa alta pra você memorizar a sua importância.
NÓS SÓ DEVEMOS DAR CONSELHOS AOS OUTROS QUANDO SOMOS SOLICITADOS PARA ISSO!
Sugestão de leitura => Não tente ajudar quem não quer ser ajudado
Em outras palavras, eu acabava me intrometendo nas questões mais íntimas dos meus amigos, e obviamente os que não queriam mudar seus comportamentos me davam “coice”!
Mas existe outro lado do enxergar o que os outros acham inadmissível. Que tem relação com o GRAU DE AFINIDADE entre os amigos!
Se o grau de afinidade for pequeno, não tem como fugir! Você vai se sentir solitário.
Vou dar um exemplo pessoal que chega a ser até hilário! Você vai gostar dele!
Na época da faculdade de Física eu já lia muito sobre espiritualidade e sobre os processos de evolução da humanidade e vez por outra tentava conversar com meus colegas sobre isso. Chegava mais ou menos assim:
– Pois é gente! Nós somos seres eternos. Espíritos habitando corpos. Estamos nessa planeta para aprendermos a transcender o nosso ego, para aprendermos a lições dos grandes mestres, espalharmos consciência etc etc.
E eles respondiam quase sempre!
– Legal Isaias! Mas cara. Tu conseguiu resolver aquela lista de exercícios de Cálculo III que o professor passou. Nossa! Tinha umas questões tão difíceis. O professor passou umas integrais impossíveis…
E nessa hora eu pensava: “Whats? Estávamos falando sobre isso?…”. E então eu ficava com uma gota na testa igualzinho a essa menina aqui embaixo!
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Isso é a verdadeira solidão! Eu me sentia muito mal por não ter afinidade com esses meus colegas. Tanto é que saí de lá pra nunca mais voltar! hehehe
Concluo esse texto dizendo pra você que o principal antídoto para a solidão se chama AMOR PRÓPRIO. Quanto mais você se sentir bem na sua própria presença, mais você conseguirá lidar com o distanciamento das outras pessoas ou com o baixo grau de afinidade que você terá com muitas delas.
Há muito mais a ser refletido sobre essas lindas palavras do Jung, mas deixo essas reflexões com você!
Compartilho também um breve áudio que gravei a partir dessas palavras do Jung e desse texto! Vale a pena ouvi-lo…

Fonte:https://paralemdoagora.wordpress.com/2017/04/05/a-solidao-na-visao-de-carl-jung/

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